sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Um menino perfeito. Em uma Caloi cinza com azul.
Eu não sou muito de sair de casa. Resolvi, em uma sexta feira, sair. Ir na praia. Fazer um castelo de areia. Soltar pipa. Voltar a andar de ônibus. Ver um filme sozinha. Qualquer coisa. Resolvi então: Soltar a pipa. Comecei a fazer. Ja comentaram que eu estava ficando bêbada ou algo do tipo. A unica coisa que eu queria é sair de casa.
Terminei a pipa. Azul clara com a rabiola preta. Minha mãe brincava comigo que eu estava desanimada, e que parecia muito com o meu pai. É, talvez pareça, pelo jeito fechado, não por certo tímido e por não demonstrar muita animação, não falar muito. Eu fico assim em alguns momentos com os meus amigos ou que fico espontânea por nada mesmo, por ficar. É estranho. mas por fim. A pipa.
Sabia que la na frente da casa havia mais vento e que daria certo eu ir em uma das áreas verdes que tem antes de seguir para a praia. Não queria ir porque um vizinho (o qual sempre viaja, é meio gordo e tem uma aparência monótona e mais um cara que o servia, estacando a inchada na frente da casa para arrumar algo ) estava ali na frente. Me deu vergonha, querendo ou não. Então resolvi ir la no gramado, no final das contas. Fiquei um tempo la na frente, vegetando com a pipa de la pra cá. Dançando com a mesma. Sabendo que as vezes, mesmo tentando coloca-la pra cima, via varios erros ali do local onde eu me encontrava. Eu esperava. Queria que minha mãe fosse comigo, mas sabia que ela iria demorar. De acordo com ela, era só botar o tênis. Tênis qual também significa: Pendurar as calças, dar comida e água pro cachorro, arrumar qualquer coisa que se encontrava na cozinha e inventar de comer bolacha com cafezinho.
E então a loucura voltou a se passar pela minha cabeça.
Vi um menino andando de bicicleta, indo pra la e pra ca, com os olhos fixos em frente. Boné preto, um sobretudo preto que voava com o vento, uma camisa vermelha grudada ao corpo, uma calça jeans destacando o quanto de gordura tinha, ou, que não tinha e... Eu não sei. Me impressionou. Estou tendo esses ataques estranhos de olhar para um menino random que passa pela minha frente e imaginar mil coisas. Não tinha essa mania. Varias eu tinha e tenho, mas essa não.
Estranho. Deixei de lado enquanto ia em direção aonde queria. Sabia que era feia pra impressionar alguém daquele jeito ( que nem se quer olhava para mim, pra facilitar. ).
Voltei a rodar a pipa no ar. Sentei. Imaginei mil coisas. Vi as pessoas passando por ali. De pé, de bicicleta, de carro, de ônibus... Sendo que não é um bairro nem um pouco movimentado. Não me importava, queria-o de volta ali.
Me paralisei ao ver ele vindo direção contraria, com uma sacola plástica verde presa ao guidon esquerdo e um único refri dentro, escuro. Não consegui retirar os olhos do mesmo. Realmente, fitei-o até o final da rua, até desaparecer da minha visão. E o mesmo, despreocupado com a vida, ia de um lado pra outro, sem pensar em muita coisa.
Desisti de tudo a um instante, voltei com a pipa pra dentro, peguei o computador, sentei la fora. Na garagem. No chão mesmo. E agora estou digitando isso aqui.
Sabe, ainda penso em fazer um bolo, passear pela praia ou até mesmo tirar algumas fotos.
Mas quando ouvi meu cachorro latir, queria que fosse ele. Só olhei em direção ao portão para poder imaginar.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sinceramente? Eu não sei mais de nada. Eu não sei mais se sinto aquilo que todos, ou a maioria, passaram ou acharam a ter. Eu não sei se sei ainda o que é amar. Não. Quer saber? Eu não sei. Eu só senti uma forte paixão ao passado. Mas isso sempre acaba, não é? E essa porra desse amor nunca me alcança... Mas dane-se ele também. Eu me irrito. Eu choro. Eu me incomodo. Eu me perturbo. Eu me machuco consequentemente bem mais que você, pode ter certeza. Eu nunca, na minha vida, quis magoa-lo. Nunca. Nunca foi minha intenção e nunca será. Mas estou muito confusa. Eu queria você ao meu lado pra eu poder falar sinceramente a você o que poderia sentir. Eu fico com a ideia de amar ou até mesmo gostar de alguém que eu criei na minha cabeça, ou de sumir, fingir que morri pra acabar de uma vez com isso. Mas sei que uma situação assim, só vou acabar piorando de agir desse jeito desesperado. Eu não consigo. Eu não consigo ser eu mesma. Eu não consigo imaginar um futuro com você. E não é questão de ser uma filha da puta mesmo. É porque eu não consigo dar o meu melhor pra pelo menos fazer você sorrir, ou nós dois sorrirmos juntos. Eu queria entender o porque disso tudo. Eu queria ter uma solução. Eu... Só preciso pensar um pouco. Talvez dar um tempo. Somente pra eu pensar e chorar ao meu canto. Me abraçar, não me importar com mais nada... Eu não consigo dar valor a eu mesma. Talvez esse seja o problema. Talvez eu seja boazinha demais e não saiba dizer não. Claro que eu sinto um afeto por você pra poder responde-lo "sim" a um relacionamento. Mas vendo que esta levanto tão a serio, mas vendo tudo o que me diz, imaginando mil entre as mil coisas que ja se passam pela minha cabeça. Eu entro em erupção, se é que me entende. Precipitado. Demais. Eu preciso pensar! É complicado... E o que eu mais imagino agora é que pensei que fiz a coisa errada, que eu deveria ter te deixado ir viver, fisicamente, com alguem ao seu lado. Que eu respondi a você sem pensar. Me odeio por isso. Me odeio muito por isso, muito. Mas... É o unico jeito de eu não transbordar e acabar fazendo a coisa errada ao tempo certo.